quinta-feira, janeiro 19, 2006

Ressonância de Schumann


Muito interessante esta "teoria"...

Não só as pessoas mais idosas mas também os jovens fazem a experiência de que tudo está acelerando excessivamente. Ontem foi Carnaval, dentro de pouco será a Páscoa, mais um pouco, Natal. Esse sentimento é ilusório ou tem base real?


Pela ressonância Schumann procura-se dar uma explicação. O físico alemão W.O. Schumann constatou em 1952 que a Terra é cercada por um campo eletromagnético poderoso que se forma entre o solo e a parte inferior da ionosfera, cerca de 100km acima de nós. Esse campo possui uma ressonância (dai chamar-se ressonância Schumann), mais ou menos constante, da ordem de 7,83 pulsações por segundo.


Funciona como uma espécie de marca-passo, responsável pelo equilíbrio da biosfera, condição comum de todas as formas de vida. Verificou-se também que todos os vertebrados e o nosso cérebro são dotados da mesma frequência de 7,83 hertz.

Empiricamente fez-se a constatação de que não podemos ser saudáveis fora dessa frequência biológica natural. Sempre que os astronautas, por causa das viagens espaciais, ficavam fora da ressonância Schumann, adoeciam. Mas submetidos à acção de um simulador Schumann recuperavam o equilíbrio e a saúde. Por milhares de anos as batidas do coração da Terra tinham essa frequência de pulsações e a vida desenrolava-se em relativo equilíbrio ecológico. Acontece que a partir dos anos 80, e de forma mais acentuada a partir dos anos 90, a frequência passou de 7,83 para 11 e para 13 hertz.


O coração da Terra disparou. Coincidentemente,
fizeram-se sentir desequilíbrios ecológicos: perturbações climáticas, maior atividade dos vulcões, crescimento de tensões e conflitos no mundo e aumento geral de comportamentos desviantes nas pessoas, entre outros. Devido à aceleração geral, a jornada de 24 horas é, na verdade, somente de 16 horas. Portanto, a percepção de que tudo passa rápido demais não é ilusória, mas teria base real nesse transtorno da ressonância Schumann.

Gaia, esse superorganismo vivo que é a Mãe Terra, deverá estar à procura de formas de voltar ao seu equilíbrio natural. E vai consegui-lo, mas não sabemos a que preço, a ser pago pela biosfera e pelos seres humanos. Aqui abre-se o espaço para grupos esotéricos e outros futuristas projectarem cenários, ora dramáticos, com catástrofes terríveis, ora esperançadores, como a irrupção da quarta dimensão, pela qual todos seremos mais intuitivos, mais espirituais e mais sintonizados com o biorritmo da Terra.


Não pretendo reforçar esse tipo de leitura. Apenas enfatizo a tese recorrente entre grandes cosmólogos e biólogos de que a Terra é, efectivamente, um superorganismo vivo, de que a Terra e a humanidade formam uma única entidade, como os astronautas testemunham nas suas naves espaciais. Nós, seres humanos, somos Terra que sente, pensa, ama e venera. Porque somos isso, possuímos a mesma natureza bioelétrica e estamos envoltos pelas mesmas ondas ressonantes Schumann.


Se queremos que a Terra reencontre seu equilíbrio, devemos começar por nós mesmos: fazer tudo sem stress, com mais serenidade, com mais harmonia, com mais amor, que é uma energia essencialmente harmonizadora. Para isso importa termos coragem de ser anticultura dominante, que nos obriga a ser cada vez mais competitivos e efectivos. Precisamos respirar juntos com a Terra, para conspirar com ela pela paz.

Autor: Leonardo Boff

Gosto especialmente do conceito de "sintonia" e de "conspirar com ela pela paz"!

3 Comments:

At 4:46 da tarde, Anonymous Anónimo said...

Só tu para trazeres alguma cor ao meu dia tão cinzento, apesar de lá fora no "meu" alentejo estar um dia de sol deslumbrante.
Harmonia é a palavra-chave.

 
At 5:50 da tarde, Blogger MasterPeace Dude said...

Eu concordo com esta perspectiva de que "algo se passa"...
Não é estúpido o facto de haver TANTA gente insatisfeita com a Vida?
É que não somos só nós (que não temos graveto) que nos queixamos... mesmo os que têm "tudo" se suicidam e afins...
Ora, a explicação "disso" ter a ver com RITMO de vida, parece-me uma razão bastante lógica, não é?

 
At 6:00 da tarde, Blogger MasterPeace Dude said...

Blitzy, o que disseste, fez-me pensar numa coisa...

Sem sombra para dúvidas que quando um dia está cinzento, nós sentimo-nos influenciados por isso e andamos mais cabisbaixos (pelo menos).

Ainda assim, quando o dia está "aberto", nós não nos sentimos necessariamente bem... portanto, não existe uma relação directa constante no facto de estar um "bom dia para ser feliz", apesar de poder estar um "bom dia para estar infeliz"... e essa oportunidade nós muitas vezes não perdemos. É aquela nossa vertente quase mórbida de "saborearmos" o mal, ou o mal-estar.

Assim, parece-me que se pode colocar a "hipótese" de que a capacidade de sermos felizes estar na nossa mente.

Daqui resulta a seguinte pergunta: assumindo que isso é verdade, será que tentarmos viver neste estado de "sintonia" falado no texto, não poderá contribuir para vivermos mais conscientes da nossa existência e menosprezarmos MUITAS VEZES MAIS aquilo que nos vai na mente, que invariavelmente só nos traz angústias e nos faz sofrer?

 

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