quarta-feira, junho 28, 2006

Uma história "gramática"

Que excelente trabalho, eu digo!

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"Era a terceira vez que aquele substantivo e aquele artigo se encontravam no elevador.

Um substantivo masculino, com aspecto plural e alguns anos bem vividos pelas preposições da vida. O artigo, era bem definido, feminino, singular. Era ainda novinha, mas com um maravilhoso predicado nominal.

Era ingénua, ilábica, um pouco átona, um pouco ao contrário dele, que era um sujeito oculto, com todos os vícios de linguagem, fanático por leituras e filmes ortográficos.

O substantivo até gostou daquela situação; os dois, sozinhos, naquele lugar sem ninguém a ver nem ouvir. E sem perder a oportunidade, começou a insinuar-se, a perguntar, a conversar. O artigo feminino deixou as reticências de lado e permitiu-lhe esse pequeno índice.

De repente, o elevador pára, só com os dois lá dentro. Óptimo, pensou o substantivo; mais um bom motivo para provocar alguns sinónimos.

Pouco tempo depois, já estavam bem entre parênteses, quando o elevador recomeçou a movimentar-se. Só que em vez de descer, sobe e pára exactamente no andar do substantivo.

Ele usou de toda a sua flexão verbal, e entrou com ela no seu aposento.

Ligou o fonema e ficaram alguns instantes em silêncio, ouvindo uma fonética clássica, suave e relaxante. Prepararam uma sintaxe dupla para ele e um hiato com gelo para ela. Ficaram a conversar, sentados num vocativo, quando ele recomeçou a insinuar-se.

Ela foi deixando, ele foi usando o seu forte adjunto adverbial, e rapidamente chegaram a um imperativo. Todos os vocábulos diziam que iriam terminar num transitivo directo.

Começaram a aproximar-se, ela tremendo de vocabulário e ele sentindo o seu ditongo crescente. Abraçaram-se, numa pontuação tão minúscula, que nem um período simples, passaria entre os dois.

Estavam nessa ênclise quando ela confessou que ainda era vírgula. Ele não perdeu o ritmo e sugeriu-lhe que ela lhe soletrasse no seu apóstrofo.

É claro que ela se deixou levar por essas palavras, pois estava totalmente oxítona às vontades dele e foram para o comum de dois géneros. Ela, totalmente voz passiva. Ele, completamente voz activa.

Entre beijos, carícias, parónimos e substantivos, ele foi avançando cada vez mais.

Ficaram uns minutos nessa próclise e ele, com todo o seu predicativo do objecto, tomava a iniciativa.

Estavam assim, na posição de primeira e segunda pessoas do singular. Ela era um perfeito agente da passiva, ele todo paroxítono, sentindo o pronome do seu grande travessão forçando aquele hífen ainda singular. Nisto a porta abriu-se repentinamente. Era o verbo auxiliar do edifício.

Ele tinha percebido tudo e entrou logo a dar conjunções e adjectivos aos dois, os quais se encolheram gramaticalmente, cheios de preposições, locuções e exclamativas. Mas, ao ver aquele corpo jovem, numa acentuação tónica, ou melhor, subtónica, o verbo auxiliar logo diminuiu os seus advérbios e declarou a sua vontade de se tornar particípio na história.

Os dois olharam-se e viram que isso era preferível, a uma metáfora por todo o edifício.

Que loucura, meu Deus. Aquilo não era nem comparativo. Era um superlativo absoluto.

Foi-se aproximando dos dois, com aquela coisa maiúscula, com aquele predicativo do sujeito apontado aos seus objectos.

Foi-se chegando cada vez mais perto, comparando o ditongo do substantivo ao seu tritongo e propondo claramente uma mesóclise-a-trois.

Só que, as condições eram estas. Enquanto abusava de um ditongo nasal, penetraria no gerúndio do substantivo e culminaria com um complemento verbal no artigo feminino.

O substantivo, vendo que poderia transformar-se num artigo indefinido depois dessa situação e pensando no seu infinitivo, resolveu colocar um ponto final na história.

Agarrou o verbo auxiliar pelo seu conectivo, atirou-o pela janela e voltou ao seu trema, cada vez mais fiel à língua portuguesa, com o artigo feminino colocado em conjunção coordenativa conclusiva."

Fonte: Forward de e-mail, segundo o qual: "Redacção feita por uma aluna de Letras, que obteve a vitória num concurso interno promovido pelo professor da cadeira de Gramática Portuguesa."

terça-feira, junho 20, 2006

A beleza do medo


Bom, eu sei que este tipo de mensagem não deveria ser publicada "desse jeito" ;) pois nem todos estamos familiarizados com os conceitos de canalização. Para além disso, não consigo deixar aqui, por palavras, o que eu sinto em relação a este assunto.

Mas tenho andado para "tratar" este texto para o poder publicar e não consigo retirar-lhe partes, pois no fundo todas as pecinhas acabam por parecer importantes, apesar da mensagem de cada pecinha não o ser assim tanto...

Ainda assim, gosto muito desta mensagem de P'tahh e está em linha com alguns dos posts que tenho colocado ultimamente. Gosto especialmente da parte do cão (bom, neste caso é outro cão... ou não...).

Eu sei que este não é um post para toda a gente, mas achava bastante interessante conhecer novas opiniões ;)

Espero que gostem!

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Mensagem de P'TAAH - Maio de 2006 (através de Jani King)

Amados, na última vez, nós estávamos falando que o amor é o seu poder e a iluminação, é o resultado natural de amar cada faceta sua absolutamente.

O primeiro passo é assumir a responsabilidade pela sua própria criação, chamada realidade. Deste espaço de assumir a responsabilidade, vocês estão em seu lugar de poder, de escolha. "Eu escolho o amor”.

Percebam, todos vocês vivem no medo. O medo é a polaridade do amor, e o medo é tudo - cada resposta emocional, cada reação emocional - que não seja o amor. Não importa qual nome lhe dê. Vocês podem chamá-lo de frustração, stress, raiva, ciúme, possessividade, a cobiça após o poder, ganância, abuso. Tudo isto, TUDO o que não seja o amor é simplesmente uma manifestação de medo.

Agora, o que acontece quando vocês estão neste lugar de medo? Vocês tentam superá-lo, repeli-lo, esquivar-se, ocultá-lo, escondê-lo sob o tapete. Vocês aprenderam a agir assim, serem fortes, superarem a tudo. Isto é parte de sua programação, entretanto isto não funciona. Nada disto funciona. Observem o seu mundo. Não é exatamente um parque de amor, é? Então, estão aprendendo como escolher o amor. Tudo isto trata-se de transformar a sua vida, escolher o amor, saber como escolher o amor.

Entendam, vocês não podem transformar o que vocês não possuem. Estas facetas suas que vocês consideram como inaceitáveis e as quais julgam negativamente, todas estas coisas escondidas, são o que passam por sua vida. Quando vocês as possuem, vocês têm somente que aceitá-las para criar a transformação. É muito simples. A transformação é muito simples, mas trata-se de ter as ferramentas, as receitas. Como vocês amam daquilo que se escondem?

É aprendendo a ser o seu próprio detetive. Isto não será tão difícil, se em cada vez que vocês se encontrarem em um julgamento negativo sobre algo fora de vocês, vocês poderão dizer, "Ah, há algo aqui para observar”.

Como é isto? Bem, cada um de vocês é o sol central de seu próprio universo. Não há nada fora de vocês, além de um espelho que reflete, para lhes mostrar quem vocês são e onde vocês estão em qualquer momento do Agora.

Não se diz, "Bem, eu vi um homem batendo em seu cachorro, e eu sei que deve haver um reflexo aqui, mas eu nunca antes bati em meu cão”. Isto não funciona assim. O reflexo trata da reação emocional. Qualquer resposta, qualquer reação ou emoção que não seja o amor, é uma resposta no medo.

Então, quando vocês vêem o abuso e vocês estão cheios de ira, qual é o medo aqui? Quando vocês cedem a isto, é o medo da impotência (fraqueza). Vocês se identificam com a pequena criatura abusada, pois cada um de vocês conhece o abuso. Nós não estamos falando até em agressão física, mas todos vocês conhecem o abuso a algum nível. E então quando vocês vêem algo desamparado e impotente, sendo ferido, vocês imediatamente chegam a esta reação.

Agora, esta reação de ira não é a reação de um ser adulto e racional. É a reação de uma criança ferida, a criança que foi endurecida dentro do seu peito geralmente na época em que vocês tinham seis anos de idade. O nome deste pequeno ser que vive dentro do seu peito é medo. Toda a sua vida, vocês se esquivaram, invalidaram, e tentaram superá-lo porque foi ensinado a vocês como lidar com ele.

Mas vocês sabem, o medo é quase como uma criança abandonada. Tudo o que a criança pequena deseja é ser envolvida em seus braços, para ser mantida junto ao peito e ouvir como é amada. Como emitimos anteriormente, estender-se em seus braços e unir esta criança a vocês e dizer-lhe, "Amada do meu coração, não tenha medo. Eu nunca lhe abandonarei. Eu lhe amo absolutamente. Nós estamos juntos para sempre, você e eu, neste universo seguro e maravilhoso e juntos nós estamos chegando ao lar”.

Se vocês mantiverem esta criança em seus braços, até que sintam o calor difundido em seu corpo, algo mágico ocorrerá. Vocês criaram um milagre de transformação porque vocês estão centrados, seus centros de energia estão abertos e agora vocês estão prontos para fazerem a próxima escolha maravilhosamente criativa.

A transformação não diz respeito ao seu intelecto. Se vocês pudessem se transformar pelo seu intelecto, seu mundo seria um lugar muito diferente. O intelecto não, não pode fazer isto. O intelecto foi designado para ser o empregado do coração, para implementar aquilo que é a alegria do coração. O caminho para a transformação é pela aceitação, para amar absolutamente esta menininha ou menininho que vive dentro do peito de cada um de vocês, que deseja somente o amor absoluto e incondicional.

É também tratar de um coração partido. É o coração partido que causa a doença. Seus corpos foram designados a durar centenas de anos. Em outras civilizações além deste mundo, na realidade, eles duram centenas de anos. Seus corpos não se desgastam.

Quando vocês não lidam com os seus problemas emocionais, com seus corações partidos e com o medo em que vocês vivem, então esta energia

E-moção, energia em movimento, não é alinhada. Ela está obstruída pelo julgamento negativo sobre quem vocês são e não é capaz de mover-se através de seu corpo e fica armazenada em sua estrutura celular. Este é o corpo que diz, "Pare. Há algo aqui para tratar”. Quando vocês não o fazem, ele armazena mais e mais e mais, até que o seu corpo desiste completamente e vocês continuam para a próxima aventura.

Naturalmente a própria morte é uma ilusão. Vocês viveram milhares de existências no que vocês chamam de vidas passadas e vidas futuras, todas elas estão ocorrendo simultaneamente, porque fora deste continuum tempo-espaço, não há tempo. Vocês são tão maravilhosamente multidimensionais que vocês existem em cada dimensão ou reino, para o que vocês denominam de reino angélico, para o Vazio da própria Criação.

Se vocês querem guias e anjos, olhem interiormente. Vocês estão absolutamente e totalmente conectados com seu Eu angélico, com seu Ser de Luz. Vocês não estão separados. São vocês que têm o poder. São vocês que têm o conhecimento. São vocês que são os seres poderosos, eternos, espirituais. Vocês. E o seu poder, a sua verdade, é o amor.

Do que isto tudo se trata realmente, é ser capaz de escolher ter mais amor, mais alegria, mais divertimento, mais risos, mais maravilhas, mais beleza, mais harmonia, mais paz, mais tranqüilidade, em sua vida do dia a dia. A Iluminação se trata disto e de amar cada faceta sua.

Nada disto tem a ver com ser bom. Trata-se de ser a sua verdade. Não há ninguém para julgá-los. Vocês são deuses e deusas que participam deste jogo. Não há nenhum Deus sentado em uma nuvem lá em cima com um grande livro, que diz, "Oh, oh, muito mal. Escolha errada”.

Vocês nunca fizeram a escolha errada e vocês nunca tomaram uma decisão errada, nem sempre. Vocês fizeram algumas escolhas da energia do seu/sua Deus/Deusa, e vocês fizeram algumas escolhas do pequeno ser muito assustado que vive dentro do seu peito, que não sabe que vocês são verdadeiramente entidades espirituais poderosas, magníficas, maravilhosas.

Vocês são isto, meus amados. Todo o conhecimento está dentro de vocês. Vocês não estão separados do que chamam de Deus/Deusa, Tudo O Que É. Vocês não estão separados disto que é o seu ser de luz, sua energia da alma. Esta energia da alma está ligada a uma magnífica escada dourada ou fio que existe através da eternidade. Isto são vocês e vocês são únicos. Vocês são, na realidade, um tom, uma freqüência vibracional, com som e cor, únicos, reconhecidos nos multi-universos, cada um, a mais bela jóia na coroa da divindade.


Tradução: Regina Drumond




quarta-feira, junho 07, 2006

Conflitos internos - o Bom e o Mau


Deram-me a conhecer esta mui breve "história" ontem e não consigo deixar de sorrir cada vez que a releio... pela sua simplicidade e por estar perfeitamente de acordo com o "velho índio".

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Um velho índio descreveu certa vez os seus conflitos internos.

"Dentro de mim existem dois cães, um deles é cruel e mau, o outro é muito bom e dócil. Eles estão sempre a brigar."

Quando então lhe perguntaram qual dos cães ganharia a briga, o sábio índio parou, reflectiu e respondeu:

"Aquele que eu alimentar."